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sábado, 5 de junho de 2021

O GRANDE XARAM.

Tenho lido bons quadrinhos ultimamente, infelizmente quase todos baixados da internet, digo infelizmente porque sei que a pirataria tira da boca dos autores, mas no caso aqui são HQs que nem sonham em ser publicadas no Brasil, muitos deles, títulos da Image. Mas nem tudo vem lá da terra do Tio Sam, algumas novelas gráficas vem da Argentina, material antigo da década de 80 para trás e coisa muito boa que vem provar que eles estão (ou estavam?) alguns anos luz à nossa frente no quesito mercado e ouso dizer, talento para contar excelentes histórias com um belo desenho. Algumas editoras brasileiras tem trazido uma safra desse material em livros de luxo inacessível ao meu bolso (na verdade, minto, quando um material me interessa, não meço esforços para adquirir, é que eu não tenho mais espaço para guardar gibis e também, principalmente, a partida de minha mãe e meu irmão  mataram muitas coisas em mim, o Schloesser colecionador foi uma delas), quero ler BDs, mas não tenciono mais ter novidades na minha lotada estante.

E falando de quadrinhos interessantes ontem eu li O GRANDE XARAM, escrito pelo Maurício de Oliveira Dias e desenhado pelo fabuloso mestre Allan Alex, publicação da Editora Veneta.

É uma boa e comovente história, com tons ominosos semiocultos na triste história de Xaram, o protagonista e narrador da saga. Pena que tudo é dito de forma tão breve, senti falta de pelo menos mais umas 20 ou 30 páginas para que certos detalhes fossem melhor explicados, mas é legal mesmo assim.

O grande destaque, claro, vai para a arte do Allan (lógico, as ilustrações deste post são dele). O fãs dos bons desenhos vão encontrar neste ilustrador uma fonte inesgotável que saciarão sua sede pelos detalhes dos traços, da perspectiva, dos cenários e da iluminação. É comum demais vermos em muitos bons artistas de hoje uma forte influência do quadrinho mainstream ianque ou do mangá (e nisso não vai crítica alguma, eu mesmo roubo muita coisa do Corben e do Wrightson entre tantos outros) mas você não vai encontrar isto na arte do Allan, eu veria ecos de algum mestre argentino se fosse palpitar, mas não é o caso.

Atualmente, para mim, existem três grandes quadrinistas no Brasil. Um deles, em destaque é o fantástico Allan Alex (obrigado, meu velho amigo, por nos brindar com suas belas criações! Pena que você não tenha tempo de produzir mais). 

Tenho lido livros também, continuo com a Estrada da Cura, do falecido baterista do Rush, Neil Peart (os sentimentos dele na época que gestou o tomo eram muito similares aos meus, talvez de todos que sofreram tragédias). O outro é o Bran Mak Morn, O Último rei dos Pictos, do Robert E. Howard. Vai demorar para eu acabar de lê-los, o tempo para tanto é muito pequeno, uma série de pequenas tarefas domésticas e as duas HQs encomendadas que faço simultaneamente tomam todo o meu dia. Nunca mais me exercitei, mas penso que estou mais magro. Bem, tanto faz.

Amados e amadas, grato por ainda virem aqui buscando alguma arte ou notícia minha.

Fiquem todos com Deus! 

8 comentários:

  1. Análise positiva de um profissional de seu padrão de qualidade, por si, já é um fantástico incentivo a continuar a caminhada. Vindo do ser humano de tamanha qualidade, e sensibilidade refinada...amigo Schloesser, existem dias mais leves, e outros mais pesados. Seu talento gigante, sua arte sublime, e você ser a pessoa que é, se torna um bálsamo, tanto nos dias mais nublados, quanto nos dias de sol. Continuemos, grande amigo. Pois, se a sensibilidade tanto nos dói, vez por outra, nos eleva às alturas que precisamos ir, para trazermos, aos em nossa volta, faíscas da Criação. Obrigado, Mestre e Amigo Eduardo Schloesser.

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    1. Meu querido gigante das artes, suas palavras sempre me sensibilizam, eu que agradeço tamanha consideração. Poxa, seria tão bom se um dia pudéssemos nos encontrar para uma pizza, uns sucos (não tomo álcool) e conversar sobre as coisas que temos em comum e talvez planejar algum novo projeto juntos, mas essa distância, esse tempo que nos acorrenta às obrigações é um carrasco! Talvez um dia né? Bem, falar sobre suas qualidades como quadrinista é chover no molhado, o mínimo que posso fazer, mesmo com meu curto alcance é que pessoas que ainda não tiveram o privilégio de conhecer seu talento possam fazê-lo através dos meu meios. Acho um absurdo você não ser melhor reconhecido. Fica aqui o meu fraterno abraço a você e sua esposa e meus rogos ao Pai de Jesus Cristo que continue a abençoa-lo com saúde e muita inspiração para as artes.

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  2. Ainda não terminei Assassinatos na Rua Morgue porque fico lendo e parando. Quando vou tomar chimarrão com minha mãe costumo ler algo enquanto ela assiste aquelas novelas mexicanas dubladas no SBT. A TV aberta anda tão chata... ou sou eu que tô me transformando num velho chato que não se importa mais nem com programas dominicais ou da TV em geral. Creio que não será desta vez, de novo, que vou quebrar meu recorde de 12 livros lidos em sequência como fiz lá por 2017.

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    1. Minha esposa gostava de assistir novelas, inclusive as mexicanas, hoje ela vê outras coisas como os de sobrevivência no Discovery.
      Eu também ando com pouco tempo para ler, uma ou duas páginas por dia, com mais tempo um capítulo, mas é raro. Também dei um tempo nas séries, o motivo é o mesmo. Na tv a cabo vi Jardineiro Fiel com a Vera, filme triste. Teve uma época que eu lia um livro por semana, acredita? Era jovem, outros tempos....hoje tudo ficou estranho, ruim....sei lá.

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  3. Oi. Ao ler o post fiquei curiosa para saber o que seriam "tons ominosos semiocultos".

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    1. Seria a atmosfera de desgraça eminente na obra, que nunca fica devidamente clara, o autor disfarça bem o tom de tragédia na narrativa, o tom funesto é potencializado pelo brilhante desenho do artista, que aqui, tem uma inclinação para o macabro.

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