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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

ARTES ESQUECIDAS ( 1 )

 Boa tarde a todos!

Sim, é isso mesmo, eu demoro a vir aqui e gostaria que esse nosso encontro fosse semanal, mas está difícil! O motivo, lógico, é sempre o mesmo: trabalho, trabalho e trabalho. Só parando para comer, tomar banho, dormir (pouco, devo acrescentar) e eventualmente ir à rua para comprar algo ou pagar algum boleto. Agora sei como o mestre Jack "the king" Kirby se sentia ao trabalhar diuturnamente em suas páginas de diversos projetos para sustentar sua família. Sei disso porque li uma biografia dele em quadrinhos faz um tempo. Pelo menos imagino que ele ganhava melhor que eu por sua rica produção. Ele acabou tendo um infarto que encerrou sua prodigiosa carreira aos 76 anos; terei eu o mesmo fim? Fui informado que as chances de sofrer um ataque cardíaco é maior em pessoas que trabalham muitas horas sentado. Noto meus pés inchados e escuros....essa tristeza que teima em me acompanhar todos os minutos do meu dia (e noite). Ah, sei lá, tanto faz.

Como se não bastasse eu estar comprometido com três projetos simultâneos, acabei arrumando mais um cliente para poder dar conta das minhas despesas, mas não consigo acelerar o processo, então as contas chegam mais rápido do que os pagamentos por minhas páginas de quadrinhos e os juros, como bolas de neve, sempre me colocam no fim da fila. 

Isso não seria problema se o preço por página fosse alto, mas é inútil falar sobre isso, as seis décadas recém completadas no último dia cinco me lembram de que certas coisas nunca mudam.

Bem, é isso, a boa notícia é que tem material desenhado por mim para ser publicado em algum tempo no futuro: Rastreadores de Algures (primeira parte quase no fim), o projeto que envolve cinema (na metade), Os Mitos Gregos (devagar e sempre) e esse novo que o editor e roteirista pede segredo. A má notícia é que meu último trabalho pessoal - Zé Gatão Siroco - continua no limbo, nenhuma notícia por parte da Atomic. Continuo aguardando. 

A borrasca que de quando em vez teima em naufragar a minha nau deu uma trégua, mas as nuvens negras continuam no horizonte.

Bem, falemos de uma novidade bem velha: eu procurava alguma coisa que agora não lembro mais em uns envelopes antigos e me deparei com um material que tinha me esquecido totalmente. No período que ilustrei os clássicos da literatura brasileira para a Editora Construir (antes que alguém me pergunte, eu respondo: NÃO! A editora nunca mais entrou em contato para falar sobre os 23 tomos restantes nunca publicados!) fiz também várias ilustrações para um livro didático de português.

Segundo os editores, esse livro foi abortado (por sei lá que motivo) embora eu tenha sido pago pelos desenhos.

Gosto bastante desses traços, são mais soltos, cartunescos. Uns eu mesmo desenvolvi a partir dos textos, outros foram sugeridos pelos professores. Na verdade não lembro mais dos detalhes nem o que cada ilustração remente a quê, mas depois de tantos anos acho que posso publicar aqui.

Pretendo fazer breves postagens divulgando alguns deles futuramente.

A primeira é esta que mostra dois ícones da televisão. Conseguem identifica-los?

Beijos a todos e até a próxima!










5 comentários:

  1. É um tanto surreal essa sensação de encontrar desenhos antigos de cuja existência já não lembrávamos mais. Normalmente são num estilo ligeiramente ou muito diferente do atual, e fica aquela ilusão de que não pertence à nossa lavra. [[Consegui separar e catalogar em envelopes separados dezessete projetos começados e nunca concluídos, gostaria de saber a data de minha morte para um dia antes lançar todos eles ao fogo...]]
    Como sempre, é gratificante a leitura de seus escritos, independentemente do tema. Aguardo as próximas postagens. Abraço!

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    1. Realmente é surreal ver desenhos antigos e comparar com os atuais. No caso dessas artes para um livro didático eu tive que improvisar um estilo caricatural, no entanto ainda dá para perceber a alma (ou esqueleto, se preferir) do que é o meu desenho, pelo menos é o que eu percebo, mas sou suspeito para falar.
      Sem querer dar opiniões sobre seus projetos inacabados (e já opinando), porque não os termina? A conclusão hoje pode até ser bem diferente da proposta inicial. E tomara que você nunca saiba antecipadamente o dia de sua partida, a obra de um artista não deve ser lançada às chamas, mas ficar para a posteridade....não sei, pode ser uma visão romântica minha. Kafka não teve coragem de tacar fogo em suas obras e delegou a tarefa a um amigo, ainda bem que esse amigo não também teve a pachorra de cometer tal loucura.
      Eu agradeço sua gentileza com as meus desabafos e devaneios escritos, são coisas que me parecem como folhas embalados pelo vento, giram sem direção alguma.
      Vamos ver quais serão as próximas postagens.
      Grande abraço!

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    2. Grrrrrrr! Acima eu quis dizer "não teve também"....

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  2. Interessante.

    Os meus desenhos nunca guardei em envelopes, mas sim a maioria sempre em fichários com sacos plásticos

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    Respostas
    1. Eu tenho duas pastas antigas, bem antigas, que eu chamava de portfólio, uma bem grande, grande mesmo e outra pequena, de formato A4 onde guardava minhas artes, todas armazenadas em sacos plásticos. Muitas dessas antigas ilustrações eu já expus aqui. Sempre me pergunto que destino terão esses desenhos quando eu não existir mais. Uma reflexão inútil no final das contas.
      Obrigado por seu comentário!

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