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sábado, 14 de janeiro de 2023

ARTES ESQUECIDAS 3

 Tá lá em Jeremias 17:5: "Maldito o homem que confia no homem...." Eu nunca confiei integralmente, mas confesso que algumas vezes me  deixei levar por palavras mansas e a decepção foi avassaladora (meus maiores desapontamentos foram com mulheres); certo conhecido de juventude me disse certa vez que eu espero dos outros o comportamento que tenho com elas, ou seja, o que penso ser o melhor possível, e quando noto que não há reciprocidade o desencanto é grande. Verdade, mas nem por isso luto contra a minha natureza.

Faz 15 dias que estive aqui pela última vez e meu desejo era (é) postar algo pelo menos uma vez por semana, mas acreditem, foi impossível, novamente fui tragado pela tormenta que castiga a minha nau já deteriorada pelas ondas do mar das eras. Mãos malignas me agarraram os cabelos e me impediam de emergir dessas águas salobras e, creiam, estive bem perto de me afogar. Não que desta vez fosse pior que as inúmeras anteriores, é que estou mais velho e a minha resistência não é mais capaz de se opor à asfixia. Não fosse por minha esposa eu já teria me despedido disso tudo. Não! Não penso em suicídio, não mais, mas a vontade de deixar tudo para trás e recomeçar do zero em algum lugar onde eu seja um total desconhecido é muito grande. 

Mas acho que seria tolice, esse mundo está totalmente contaminado com o germe da maldade, não há onde se esconder. Para os mais atentos, esse é o cerne das desventuras do Zé Gatão. Onde eu estivesse, sei que se levantaria um opressor, um tirano, a agonia recomeçaria do zero. 

Não tenho saída senão trabalhar como posso, no tempo que resta, aguardando o fim.

Falando de assuntos mais amenos, os desenhos de hoje são novamente aqueles que fiz para um livro didático de português que nunca será publicado.

A figura em questão, acho, pode ser reconhecida (se minhas habilidades como desenhista não foram falhas). Outrora eu ouvi muitas canções desse senhor, gostava de sua poesia romântica, embora abomine sua pessoa e suas ideias políticas.

Muito obrigado a todos pelas visitas e recebam o meu sincero abraço!

6 comentários:

  1. Quanto ao aspecto mais pessoal de meus comentários, já os enviei no privado, meu amigo. Mas, publicamente, comento que há tempos parei de ouvir músicas desse imbecil comunista e de outros como ele (não fará falta nenhuma para ele, claro, nem sabe quem sou, mas PARA MIM faz muita diferença, deixar de consumir coisas de lixos humanos como esse faz bem para a higiene mental da gente). Apesar de sua arte retratar uma pessoa abominável, ficou, como de costume, excelente, e é claro que evoca perfeitamente o retratado, você sempre teve o dom de fisionomista!

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    1. Obrigado pelo seu comentário e elogio, meu amigo. Prossigo persistindo, apesar de tudo, creio mesmo por não ter alternativa, afinal não tenho outro meio de sobreviver a não ser criar formas através de linhas no branco do papel e para, ainda que debalde, expulsar as angústias da alma através das minhas narrações. Não há muito tempo à frente de qualquer modo.
      Grande e afetuoso abraço!

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  2. Tudo parece estranhamente claustrofóbico, como se estivéssemos encurralados. Meio que estamos. Contudo, ainda vivos.

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    1. Você tem razão, há uma certa opressão no ar e isso não é meramente uma impressão ou pessimismo, é bem concreto e pode ser observado no dia a dia. Entretanto mesmo o deserto apresenta, ainda que raras, belas flores. Nós que produzimos alguma arte temos essa tarefa, a de tentar tornar a vida menos esmagadora.
      Obrigado!

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  3. Acreditava que só eu tinha essas ideias de largar tudo. Assim como você, minha esposa é minha base, além de DEUS. E, sim, o senhor retratado, comunista de boteco, está ótimo.

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    1. Meu caro, a vontade de largar tudo ainda buzina nas minhas orelhas, porque não? Qual o sentido de produzir arte e texto que não chegam a quase ninguém? Mas enfim, a arte é uma espécie de déspota que exige que continuemos criando, quiçá, não para nosso benefício, mas para de outrem e como esmola as vezes conseguimos expulsar alguns demônios da alma.
      Graças a Deus por Ele revelar Seu Filho para nós e também por nossas esposas.
      E um obrigado a você, por sua visita e comentário.

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