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sexta-feira, 17 de abril de 2015

O TEMPO NÃO TEM PIEDADE.

Ouço Supertramp sem certeza do que escrever aqui, quer dizer, sei o que quero mas não sei como fazê-lo. Esta semana li um artigo sobre o Carlos Imperial e me reportei a um passado distante quando morei no Rio de Janeiro e logo me veio uma inspiração para mais algumas memórias, mas tinha (tenho) muito trabalho e a inspiração passou e é horrível quando isto acontece, fica a vontade de por pra fora o que está te incomodando mas não tem as palavras certas para tanto.

Bom, vamos começar pelo Supertramp até chegar ao Carlos Imperial.

Conheço a banda desde o anos 70 e foi no Rio, num dos piores momentos que lá vivi que a banda lançou um de seus melhores álbuns (na minha opinião), o Famous Last Words, para não muito tempo depois anunciar a saída do Roger Hodgson, o melhor compositor e a voz aguda do grupo.
O Supertramp, ao meu ver, é uma prova cabal de que nem tudo o TEMPO consegue embolorar. Claro, não são todas as músicas, é o tipo de grupo onde eu só aproveitava parte da produção num disco, as demais eu pulava a faixa, geralmente as compostas pelo Rick Davis, a outra metade criativa.
O vídeo postado aqui anunciava a minha decisão de abandonar a solidão vivida na Cidade Maravilhosa para retornar ao Planalto Central.


Meu tempo no Rio iniciava o período de abertura política no Brasil onde os milicos trouxeram de volta tipos como Leonel Brizola e tutti quanti e também marcava o princípio da proliferação da pornografia no país. Revistas mais ousadas começavam a aparecer nas bancas de jornais e os filmes brasileiros aos poucos iam apimentando suas produções com cenas de sexo explícito. Claro, os filmes mais vagabundos, as obras (se é que podemos chamá-las assim) de Walter Hugo Khouri e Arnaldo Jabor tinha uma pitada mais "intelectual".

Claro que um jovem como eu corria nos cinemas para olhar as gostosas no telão. Aldine Mullar, Matilde Mastrangi, que inclusive foi jurada do show de calouros do Sílvio Santos, eram algumas das beldades, em produções das mais rasteiras, que não me escaparam à vista.

Eu nunca fui com a cara do Carlos Imperial, uma figura onipresente nos programas do Bolinha, Chacrinha, Sílvio Santos e mais uns tantos. O cara fez de tudo um pouco (ou muito), foi jornalista, fez programas de rádio, colunista de revistas de fofoca, dirigente de futebol, político, compositor (é dele a Praça, interpretada pelo Ronie Von), envolvido com teatro, tv e cinema. Lançou para o mundo o Tim Maia, Roberto e Erasmo, Eduardo Araújo, Simonal, Elis Regina, Dudu França e vários outros.
Nunca suportei tipos que fazem o gênero cafajeste, que falam mal de uma pessoa em evidência para aparecer e desfilam com um time de mulheres pra dizer que é o tal.
Falam que o boato da cenoura que quase destruiu a carreira do ator Mário Gomes foi inventada por ele e difundida pelo Daniel Filho. Não duvido nada.

Certa vez, passando por Madureira fui até o cinema assistir alguma coisa e vi o cartaz de um filme intitulado "Mulheres, Mulheres", escrito, produzido, dirigido e interpretado por Carlos Imperial. Não haviam imagens no cartaz, apenas frases, lambedoras de saco, de celebridades da tv do naipe de Chico Anísio. Entrei pra conferir. Na verdade eu tava muito afim de assistir um filme de sacanagem brabo, mas sacanagem mesmo foi ver o Imperial com visual de Capitão Caverna, aquela barriga imensa, pau mole, fingindo que tava comendo todas aquelas gatas... e teve ainda um discurso gradiloquente sobre o orgasmo. Nunca tinha visto nada tão patético, filmes deste tipo tendem no mínimo a ser engraçados devido a direção capenga e a canastrice dos atores, mas aquele pretendia (me pareceu) se levar a sério.

Assistindo algumas entrevistas do cara hoje, ele parecia ser boa praça, com muitas histórias pra contar. Sabe-se lá se no convívio íntimo era um cara legal e só interpretou um personagem para se manter no foco das pessoas. Vai saber. Ele morreu aos 55 anos. Não lembro do fato ter sido badalado.

Relembro isso tudo para constatar que é bem possível que sem caras como o Imperial o cenário cultural brasileiro poderia ser bem diferente, para o bem e para o mal. O politicamente correto atual não o permitiria ser quem foi. Prova disso é o vídeo abaixo. Se a coisa foi como ele relata mesmo, mostra que a inconsequência dele não conhecia limites.




6 comentários:

  1. Meu santo não bate com o dele, Schloesser. Tomara que essa história seja mentira. Abraço!

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    1. Outro abraço grande, Carla, e bom fim de semana pra você e o Leroy.

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  2. Supertramp... Boa!

    Sobre Carlos Imperial, nem tenho lembranças... a não ser pelo video dos Superamigos, que nunca tinha visto naquela época. Haha!!

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    1. Vídeo dos Superamigos, Anderson? Isso é novidade para mim, cara! Existe um vídeo do Imperial com o Superamigos?

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  3. Er... vou te passar o link da bizarrice, por e-mail.

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