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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O MISTERIOSO CASO DOS LOBISOMENS GIGANTES (CENA 03)


Existem vários tipos de clientes, mas eu destacaria dois tipos, o fácil e o difícil. O fácil é aquele que você sente empatia logo de cara (é raro como chifre na cabeça de um cavalo, mas não impossível de encontrar), ou ele te passa o projeto te deixando livre para criar, confiando no seu talento, ou ele vem com as idéias prontas só pra você executar. Este tipo de raridade é o sonho dos ilustradores. Agora tem o tipo difícil, é aquele que normalmente não sabe bem o que quer, você tem que adivinhar o que está dentro da cabeça dele e tentar corporificar uma coisa que não está clara nem para ele. Resultado, nada tá bom, não era isso ou aquilo que ele pensava e etc. É horrível. Perde-se muito tempo e consequentemente a maioria te culpa pelo não andamento da coisa, no fim eles acham que você não é bom profissional e tudo que sobra são mágoas de parte a parte. No momento estou em negociação com três clientes que correspondem a este tipo difícil. Estou sempre precisando de grana e tenho que me submeter a certos vexames. Vamos ver o que vai rolar.

Temos aqui a terceira cena da minha série de Lobisomens Gigantes. Este está politicamente incorreto toda vida, dando margem (como sempre) pras pessoas julgarem meu trabalho e minha personalidade de forma errônea. Mas o que posso fazer se gosto de carregar meus temas com simbolismos? E claro, a tentaçãozinha de transgredir as vezes.
Este tema, que já expliquei em postagens anteriores, tem cinco imagens que por si só contam uma história que o expectador completa em sua cabeça. Bem, algo assim. Ando tendo umas ideias para criar mais desenhos, mas me falta tempo para tanto. Isto porque o enredo me fascina. Sabiam que já vi um lobisomem? É sério! E antes que vocês pensem que fiquei doido ou que dei pra mentir depois de velho, eu afirmo que vi. Ou penso que vi. Era imenso e com pelagem de tons avermelhados, tipo um lobo guará monstruoso. Eu era bem gurizinho na "Guarulhos selvagem" dos anos 60. Posso ter visto alguém fantasiado, como aqueles caras que colocam aquela roupas ridículas de gorila nos parques de diversões. Também posso ter sonhado, ouvi muitos relatos dos interioranos sobre homens-lobo e isto ficou registrado no meu subconsciente, vai saber. Por exemplo, por causa do que ouvi sobre os sacis, toda vez que eu e outros da minha idade víamos um rodamoinho de poeira, a gente corria pra casa com medo que ele surgisse. Não dá pra negar que tive uma infância cheia de fantasias. Well, se com os olhos da cara ou nos devaneios da mente, o fato é que vi. E a lembrança enevoada e fantasmagórica ficou registrada e de alguma forma tento transmiti-la através dos inúmeros lobos que desenhei. Mas nem de longe passa perto do que tenho como real.

Falando em pessoas vestidas de macaco nos parques, qualquer hora destas vou fazer um post sobre a Monga, a Mulher Gorila. Tenho lembranças interessantes sobre o tema.

Bom dia a todos.

4 comentários:

  1. Fala, Eduardo! É duro quando encontramos um cliente difícil, e chegamos a nos perguntar se estamos na área certa. (Eu peguei pouca ilustração, geralmente faço mais trabalhos gráficos, mas a sina é a mesma...). Aprendi a lidar com os difíceis, às vezes ligo no automático e vou atendendo como posso.
    Bacana a ilustração dessa série Lobisomen... pode ser que vc tenha visto mesmo. Eu, quando tinha cerca de sete anos, posso jurar que havia uma velha em pé, ao lado de minha cama me encarando quando acordei. A impressão é muito vívida até hoje... Ao menos p/ minha mente isso foi e é muito real. Foi-se o medo, ficou a lembrança.
    Boa semana,
    Abração,

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  2. Só pra te atualizar, um dos clientes ainda está me dando dor de cabeça, acho que vou ter que recusar este trabalho, apesar de ser o que apresenta o melhor valor monetário. Lamentável que tenha de ser assim.

    Quanto ao meu lobisomem, bem, acho mesmo que foi imaginação minha, como a velha que te encarou ou o demônio visto por minha mão ao lado do berço dela quando criança. Mas algumas coisas ficam gravadas na mente como reais e isto torna a coisa por vezes mais terrível, não acha? Ainda bem que temos a arte para ajudar a expurgar estas impressões nefandas.
    Abraço, amigo.

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    Respostas
    1. Errei ao digitar, quis dizer MÃE, ao invés de "mão", na resposta acima.

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  3. Arte "transgressora" e muito bem executada. E ainda nos compartilha sua talvez vivenciada experiência sobrenatural! Aguardando os relatos sobre a Monga (eu morria de medo dela quando criança, depois que descobri o jogo de espelhos fiquei bastante "xatyado" e desencantado.

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