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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ZÉ GATÃO E FRITZ, THE CAT.

Parece mesmo que Zé Gatão será foco das postagens esta semana, então vamos lá: um dia qualquer do ano passado recebi uma mensagem in box no Facebook de um jornalista do Correio Brasiliense me pedindo uma colaboração para uma matéria que ele estava escrevendo sobre Robert Crumb. Pelo que entendi a referida matéria consistia em opiniões dos artistas de Brasília sobre o modo como Crumb os influênciou. Bem, dois ponto aí: não sou exatamente de Brasília embora tenha morado lá a maior parte da minha vida e tenha declarado amor à cidade. Estou afastado do Planalto Central a mais de 10 anos. Outro ponto é que embora eu seja um fã do Crumb, ele não foi exatamente uma influência na minha arte. Eu o conheci já na idade adulta, embora já visse os desenhos dele desde a adolescência, mas só de volta a São Paulo em 91 é que pude ler suas hqs e me impressionar com as suas ousadias. Seu personagem mais famoso, o gato antropomorfo Fritz, foi citado/homenageado no meu primeiro álbum do Zé Gatão, ali eu juntei alguns felinos famosos dos quadrinhos para dar um tom mais leve a uma narrativa pesada, mas Zé gatão e Fritz pouco ou nada tem em comum. Crumb usa seu personagem quase como uma brincadeira, uma sátira às situações e costumes dos anos 60, uma espécie de ambiente "disneyano" subversivo. O meu é aventura escapista travestida de hq de ação com tons de filosofia pessoal. Também nada tem a ver com Maus, um dos maiores quadrinhos de todos os tempos, ganhador de um Pulitzer e que muitos admiradores meus insistem em comparar. Creio mesmo que meu felino mestiço tenha mais a ver com os bichos de pelúcia de Amberville, A Lista Da Morte, de Tim Davys, como observou a escritora Carla Ceres.
Mas voltando ao pedido do jornalista do Correio, respondi que faria o texto com prazer, ele solicitou também uma arte se fosse possível. Fiz o texto e o desenho e enviei. Só pedi a ele a gentileza de me informar quando a matéria saísse para eu requerer de meus irmãos a compra de um exemplar do jornal. Espero a informação até hoje. Acontece sempre. A matéria já deve ter saído, afinal já se passou muito tempo. Ou não, já vi muitas matérias de jornalistas barradas pelo editor depois de prontas.
De qualquer modo, fiquem aqui com o desenho e o texto para a matéria que nunca vi, Zé Gatão e Fritz, the cat, como se fossem bons companheiros.


"A primeira lembrança que tenho da arte de Robert Crumb data em fins dos anos 70 numa estampa de camiseta. Era o clássico desenho de uns homens entrando pelas partes íntimas de uma mulher e saindo pela boca da mesma. Causou-me uma forte impressão. Alguns anos mais tarde pude ler os primeiros álbuns lançados pela LPM. Virei fã pelo modo impudico em que ele retratava sua própria vida e situações do cotidiano. E esta foi a forma que fui influenciado, não exatamente pelo seu desenho, que é espetacular, mas pelo modo de contar histórias. Ele é um dos gigantes dos quadrinhos, ao lado de Eisner, Kirby e Moebius, não por causa da sua arte transgressora e subversiva (vê-lo só sobre este prisma seria diminui-lo) mas pela forma honesta com que retrata sua maneira de sentir o mundo"

2 comentários:

  1. Fala, Eduardo! O Crumb eu conheci naquele documentário que fizeram com ele pouco antes dele ir pra França morar (Tô meio desatualizado agora, nem sei se ele ainda mora por lá...) Também já havia visto algo dele, mas ver esse documentário, que baixei na internet anos atrás, me fez ver o quanto ele é um cara diferenciado. Acho que ter a coragem de ser autêntico já é uma grande qualidade. Ainda não li nenhum álbum dele, mas o cara têm história, literalmente.
    Seu desenho ficou ótimo. Que pena esse não retorno se foi publicado ou não. Vc deve ficar um pouco decepcionado. Mas é seguir...
    Um grande abraço.

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    Respostas
    1. Me parece que o Crumb ainda mora na França, sim, Gilberto. Recomendo ler suas obras, realmente diferenciadas.
      Assisti ao documentário sobre ele num cineclube em Sampa (acho que ficava na Rua Augusta, ou Hadock Lobo, não lembro mais) e achei interessante, embora cansativo.

      Quanto ao não retorno por parte do jornalista, já estou até acostumado, acontece muito de alguém me pedir colaboração e depois de enviado esquecerem de agradecer. Cest la vie.
      Obrigado e um abraço.

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