img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

CROWNDFUNDING.



Bom dia, amados e amadas.

Parece que não tem jeito mesmo, acho que daqui até o dia da minha partida vou andando sempre em ritmo acelerado, não consigo mais sentar aqui com calma e elaborar um texto com tranquilidade, assim como as artes são sempre urgentes, sempre pra ontem e aquelas que me nascem da alma, que namoro um tempo antes de acha-las dignas de serem públicas, vão morrendo nos esboços ou dentro da minha mente. Dada a pressa, pois tenho coisas urgentes pra fazer daqui a pouco, vou digitando e sem fazer revisão, então se encontrarem muitos erros, relevem, please.

Pois é, o Crowndfunding, né? Parece uma coisa muito legal (e é, de fato), mas nunca achei que fosse válido para mim. Entrando em qualquer destes sites de financiamento coletivo, onde o Catarse parece ser o mais popular, encontramos inúmeros projetos legais precisando de apoio, fica até difícil selecionar um para abraçar. Em se tratando de histórias em quadrinhos, então, nem se fala! Um melhor que o outro. O que são 10, 20 ou 30 reais? Com este valor você come num fast food e olhe lá! Estes valores podem tornar realidade o sonho de um artista em ver seu trabalho publicado e nas mãos do público. E aí vem o meu porém: vejamos, tenho um projeto em mente, convoco o público interessado a bancar a produção. Preciso de X em dinheiro para lançar um número Y de exemplares. Se a cota alcançada for no limite do que se tinha imaginado, os contribuintes receberão o item em casa com alguns bônus exclusivos. Muito justo, eu que me interessei pelo projeto, paguei por ele, recebo por ele. O problema é que não criamos um mercado. O material não circula, não fica exposto nas prateleiras das livrarias, bancas e etc, não atingem um público amplo. Imaginemos que a cota alcançada supere o que eu tinha sugerido, posso imprimir um pouco mais e comparecer nos eventos para vende-los e tals, ou mesmo pela internet, mas esbarra-se sempre na questão da divulgação e distribuição que é sempre precária. É certo que o SEU público, havido por ler suas obras, pagaria para tê-lo em mãos com muita satisfação, principalmente com a comodidade de rebe-lo em casa, autografado e com desenho exclusivo, mas um possível novo leitor, creio, nem fica sabendo da empreitada. Quantos já foram publicados sob este sistema e nem sabemos que existem? Eu mesmo me espanto com a quantidade de coisas que saem desta maneira e só vou tomar conhecimento por um destes canais sobre HQs do Youtube.

Acho então inválido o sistema de financiamento coletivo? De forma alguma, pelo contrário, é uma forma legítima de publicar seu material, de atingir ou formar um público, ainda que reduzido, em certa medida. É uma forma de realizar o sonho de ver suas ideias compartilhadas por outros. Só acho uma pena que tenha que ser assim, você ter que bater nas portas das pessoas, fazer campanha quase como um político, para arrecadar grana e trazer seu trabalho à tona.

Fica evidente que temos produção, a qualidade chega a surpreender de tão boa, material de todo tipo, e parece não ter público para estimular editoras a fazer o que elas deveriam fazer e assim ter um terreno extremamente fértil de quadrinhos até para exportar.

Muitos já me sugeriram o sistema crowndfunding; ao invés de esperar as editoras publicarem meu Zé Gatão e outros álbuns, eu deveria publica-los eu mesmo com a ajuda do público.
A ideia me passou pela cabeça, mas não sei, esbarro em dois problemas: falta de tempo para administrar a divulgação que é necessária e a execução dos prêmios aos contribuintes, além de gerenciar toda a produção do álbum, papel, gráfica, envio pelo correio e por aí vai. Tem também a questão da minha autoestima, tenho sérias dúvidas se eu alcançaria a cota almejada. Até mesmo os livros que ainda são disponíveis no mercado, muitas pessoas próximas a mim não compraram, que dirá pagar por algo que ainda será produzido.

 
Disse isso tudo porque recebi uma ligação de um dos membros da PADA. Estão interessados em relançar aquele álbum do Zé Gatão que eles colocaram na praça em tiragem limitadíssima em 2011, desta vez pelo sistema de financiamento coletivo (conheço gente, fã do felino cinzento, que vai dar mil pulos de alegria).
Respondi que só concordaria se pudesse adicionar algumas histórias extras no volume, duas delas coloridas. Vamos marcar uma reunião para acertar tudo. Se rolar, só vou topar porque eles é que vão tratar de toda a produção e divulgação do álbum, eu me ocuparei de ceder as histórias e confeccionar os brindes, que penso serão desenhos originais (terei que dar nó em pingo d´agua) e camisetas com estampas exclusivas, mas vamos ver, até lá muita água vai rolar debaixo da ponte.


Bom fim de semana a todos.    

6 comentários:

  1. Colaborei com um valor mínimo pro livro Bela Dona (de Ana Recalde, Denis Mello e outros), via Catarse. Não é tão complicado como pensei. Pareceu uma encomenda virtual... hehe!! Tomara que alcancem a meta e... se lançarem algo do Zé Gatão por lá, também vou fazer minha parte.
    Até...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Antecipadamente agradeço, Anderson.
      Sabe, até agora só participei destes projetos divulgando mesmo, inclusive aqui pelo blog. Tem muita coisa legal de quadrinhos pipocando por estes sites, como O Crime do Teishouko Preto, onde participo com uma página. O problema é que a gente não pode abraçar todas as causas, infelizmente.
      Abração.

      Excluir
  2. Tomara que dê certo, Eduardo. Depois, é uma oportunidade única para ver deslanchar esse seu Crownfunding, haja visto que o pessoal da PADA é que vai cuidar dos detalhes. Se sair, vou apoiar sim.
    E vc está certo em suas considerações quanto à formação de mercado. Mas é uma das alternativas que temos em nosso quadrinho brasileiro. Quem sabe gradativamente as coisas não mudem?
    Bom final de semana e grande abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sem dúvida, Gilberto é um excelente meio de publicar seu material, já que não há um mercado que permita uma tiragem grande e constância no trabalho, pode ser que isto mude, pode ser que não, mas prova cabal de temos potencial é que a produção segue com hqs de muita qualidade, que infelizmente não chegarão a todos.

      Quanto ao Zé Gatão da PADA republicado por este sistema, ainda teremos que estudar direitinho, sei que se rolar posso contar com sua participação.
      Obrigado e um forte abraço.

      Excluir
  3. Vou torcer pra rolar o crowdfunding do Zé Gatão, Schloesser. Com a PADA ajudando, vai ficar menos pesado pra você. Pode contar com a gente. Sucesso!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ô, Carla, obrigado.
      Bem, ainda há um certo caminho a ser percorrido até que isto se torne uma realidade, mas a PADA fala com bastante entusiasmo que chega até mesmo a me contagiar. Sei bem que poderei contar com amigos e pessoas que não conheço pessoalmente, mas que tem grande apreço pelo meu trabalho e espero mesmo que seja suficiente. Veja só, se cada pessoa que se diz fã em tempo oportuno comprasse um álbum dos que já circularam pelas livrarias e comic stores brasileiras, eu teria esgotado minhas tiragens iniciais de 1.000 exemplares (normalmente é este o número) em menor tempo e assim as editoras estariam mais confortáveis em me pedir novos materiais, mas não é isto que acontece. Sei bem como essas coisas são complicadas, se melhorasse mais a saúde do bolso do brasileiro, a coisa andaria melhor, pois há muita gente disposta a consumir e uma coisa leva a outra. Mas vamos aguardar.
      Grande abraço e tanks again.

      Excluir

UMA GRATA SURPRESA E UMA PEQUENA DECEPÇÃO

 Boa noite a todos! Antes de entrar no assunto, uma satisfação aos que sentem simpatia por minha arte e pessoa, esses que torcem e oram por ...