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domingo, 10 de abril de 2016

COMENTÁRIOS SOBRE OS CONTOS SOBRE ZÉ GATÃO - PARTE 1 - Por Luca Fiuza.


Meu amigão, brother de infância e escritor talentoso, Luca Fiuza, fez uns comentários sobre suas motivações para escrever algumas aventuras de ZÉ GATÃO em contos. Mas antes de passar a palavra a ele vamos ao desenho inédito que abre esta postagem.


Trata-se na verdade de uma homenagem à minha amiga e também escritora de mão cheia, Carla Ceres.
Quando o Luca escreveu o conto "Amor e Dor", continuação de "A Noite da Tigresa", a Carla sugeriu nos comentários uma continuação que explicasse melhor as motivações da felina. O Luca resolveu fazer uma sequencia só para nós no melhor estilo "O Que Aconteceria Se...." da Marvel, onde Zé Gatão e a Tigresa teriam um final diferente, se casariam e gerariam filhos, etc. Lemos a história alternativa através de e-mails. Numa das sugestões, se me lembro bem, a Carla divagou sobre uns filhotes cinzas listrados como os tigres. Achei que um desenho, ainda que rabiscado rapidamente a caneta esferográfica seria uma forma de complementar a narrativa e aí está.

Seguem os textos do Luca:


CONTOS DE ZÉ GATÃO
Introdução:
         Filmes têm bastidores e escritos também os têm. Quando meu irmão e amigo, o quadrinista e ilustrador Eduardo Schloesser me convidou para escrever um conto de Zé Gatão nos idos dos anos 90, aceitei na hora! Desde o surgimento do personagem criado por ele em 1992 eu me tornei um fã e acompanhei de perto sua concepção em seus primórdios e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Em 1997 o primeiro álbum do felino taciturno, hoje conhecido como Álbum Branco foi publicado. Tive o privilégio de ganhar do autor um exemplar autografado!
         No mesmo ano da publicação do Álbum Branco escrevi um rascunho básico do que seria o primeiro conto de Zé Gatão. Para resumir, o mesmo foi reformulado em 2011 e publicado no Blog “A Arte de Eduardo Schloesser”. Na época, eu não imaginava que seria o primeiro. Pensava que seria o único e que eu continuaria somente a ser um leitor e fã incondicional do personagem, exclusivamente escrito e desenhado sob a pena do grande mestre Schloesser. As circunstâncias, o incentivo e o aval do Eduardo para que eu fizesse minha leitura pessoal do personagem deu margem à produção de outros contos entre 2011 e 2015. É sobre os bastidores destes contos que quero falar, da concepção e motivações de cada um deles no que chamei de Cronologia Alternativa de Zé Gatão com histórias pouco ou nada relacionadas aos álbuns produzidos e publicados pelo mestre Schloesser em Editoras de renome.

1-   SECA CRUEL:
         Neste primeiro conto do felino cinzento, eu ainda não estava habituado a lidar com o perfil de Zé Gatão, nem com o universo antropomorfo no qual ele palmilhava. Mais de uma vez, sob a orientação do Eduardo precisei reformular o texto para adequá-lo à proposta idealizada pelo Mestre. Com isso, escrevi com certa dificuldade, temeroso de não dar conta da empreitada! O tema que escolhi deu uma boa história de ação com bastante violência e esta primeira versão do Zé Gatão foi a mais próxima dos moldes concebidos pelo Eduardo. Um personagem sério, calado, fechado em si mesmo! Um errante, um andarilho que enfrenta os percalços com estoicismo! Violento em defesa de sua própria sobrevivência! Duro como o mundo agreste no qual habita. Assim, apesar de meio titubeante em minha própria opinião, consegui escrever a aventura até o fim. As ilustrações feitas pelo Mestre Eduardo Schloesser
abrilhantaram o enredo que se tornou satisfatório no fim das contas. A história terminou com um gancho vindo da primeira versão incompleta e não publicada no Blog, o qual daria ensejo a uma continuação que eu na verdade não pretendia fazer. A pedido de uma hoje querida amiga leitora do Blog, Eduardo me perguntou se eu não escreveria uma continuação sobre a qual eu havia comentado com ele por alto. Então dois anos depois esta continuação foi escrita, não sem antes eu fazer uma imersão profunda no universo antropomorfo para me habituar com ele e ter mais segurança para escrever mais uma aventura do felino cinzento.

http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2011/09/seca-cruel-aventura-do-personagem-de.html )


2-   CLOACA DOS MARES:
  Este na verdade, seria o nome da primeira aventura do felino na versão que concebi em 1997. Seca Cruel seria um subtítulo dentro da trama principal.  Ao escrever a versão reformulada em 2011, o subtítulo virou título e Cloaca dos Mares uma continuação. Cloaca foi possivelmente o conto mais longo de Zé Gatão que escrevi. Ele se dividiu em 15 partes, teve uma trama central e algumas subtramas! O que me deu mais trabalho foi amarrar todo este enredo em um texto coerente e que não se perdesse ao longo do caminho. Cloaca dos Mares é o nome de um navio mercante cheio de animais violentos e brutais, onde Zé Gatão se tornando parte da tripulação, enfrentaria os mais sérios e variados perigos.
         Quis trazer para a história um clima bem aventuresco daqueles filmes antigos que nossos pais assistiam nas matinês do cinema. Procurei introduzir muita ação, muita pancadaria e muitas peripécias!  Foi gostoso de escrever! O melhor de tudo é que já estava me sentindo mais seguro e interagindo cada vez melhor com o universo antropomorfo. O Eduardo fez a gentileza de ilustrar o conto! Ele conseguiu desenvolver cada personagem da história à perfeição, exatamente de acordo com o texto escrito por mim. Foram desenhos primorosos! Detalhados, luz e sombra na medida certa, bastante expressivos, de cores vibrantes em um clima de realismo impressionante! Considero este conto uma boa obra de ficção! Excelente para quem o lê, descontrair e mergulhar de cabeça em uma aventura épica do começo ao fim.


http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2014/02/a-cloaca-dos-mares-um-conto-de-ze-gatao.html )

11 comentários:

  1. Ficaram lindos os filhotes com os pais, Schloesser! Bem o clima do conto do Luca sobre a família. Gostei das orelhinhas pontudas, com aqueles tufinhos de pelos espetados, iguais às do pai. Acho que o Luca vai gostar. Parabéns aos dois!

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    1. E só nós lemos esta versão bucólica, hein, Carla! Fomos privilegiados!

      Obrigado pelos elogios.

      Forte abraço!

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    2. Bem, bucólico até certo ponto, né? Depois a avalanche vem com tudo!

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  2. A ilustração família me lembrou do Capitão Marvel (Shazam) ou algo da Filmation, pelo jeito simples e inocente, principalmente olhando pros filhotes.

    Histórias de bastidores com influências ou inspirações são bons relatos.

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    1. Interessante sua alusão, Anderson! Faz mesmo sentido.

      Rapaz, também curto muito relatos de bastidores de obras, normalmente são histórias as vezes mais interessantes que a obra em si. O por trás das câmeras de Apocalipse Now que o diga.
      Sabe, é chato ser pobre, se tivesse grana eu ia querer aqueles livros que contam como foram as filmagens de O Massacre da Serra Elétrica, Evil Dead e Sexta Feira 13.

      Grato pela visita e um puta abraço.

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  3. Muito legal ler do próprio Luca sobre a concepção das histórias! Gostei! E essa ilustra do Zé com a família tem toda cara de "felizes para sempre", é estranho e gratificante ao mesmo tempo. Zé Gatão merece sim um final desses, mas se for assim, como verei mais aventuras do cara? É egoísmo meu pensar dessa forma? Rsrsrs! Até mais!

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    1. Egoísmo? De jeito maneira, Everton! Quando gostamos de um personagem, queremos todo o bem para ele. Mas os heróis trágicos (dos gregos a Mad Max) seguem esta trajetória. Este tipo de personagem normalmente costuma redimir aos que o cercam mas nunca a si mesmo.

      O importante é que ele siga firme como é até o seu fim inevitável, que uma hora chegará.

      Abração.

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  4. Nossa! Gostei da resposta. Realmente, um heroi assim pede histórias desse tipo. Preciso lembrar disso se algum dia escrever um personagem trágico. Valeu!

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    1. Pode até soar clichê, mas esse argumento tem funcionado bem até hoje. O que não impede da gente colocar um pouco de ternura e humor na coisa. Zé Gatão tem esses elementos, ainda que bem diluídos nos quadrinhos.

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