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domingo, 15 de abril de 2018

A ESCRAVA ISAURA (CENA 15).

Boa noite! É bom estar com vocês. Na verdade eu queria me sentir com o mesmo gás de quando comecei este blog, eu gostava de registrar meus acontecimentos cotidianos, rememorar fatos da infância e juventude mas parece que me desgastei. Muito do que eu disse aqui parece que foram palavras ao vento somente; claro, sempre tem alguém que se identifica, mas é um número tão reduzido que pensando bem não vale mais a pena eu me abrir, pelo menos esse é o meu pensamento nesses dias do fim. Dias do fim? Sim, sinto e vivo como se não houvesse um amanhã. Alguns anseios se perderam no caminho, não sei dizer exatamente quando, possivelmente em algum ponto perto da partida do meu pai, quem sabe até um pouco antes. Talvez isso seja bom, não criar expectativas em relação a esse mundo nem esperar nada de ninguém. Sabemos por Jesus que este não é nosso lar, é apenas um ambiente de provações. Sobre o porvir eu também tento não pensar a respeito, deixo nas mãos Dele, eu tento fazer a minha parte. Não é culpa de ninguém eu me sentir assim, faz parte da minha natureza, só vai se intensificando a medida que envelheço.

Meus trabalhos continuam e eu viajo neles, é a porta que Deus me deu para eu escapar da realidade. Tenho livros e quadrinhos para serem publicados - todos já foram pagos - e nem sei se um dia chegarão às mãos do público, muito material inédito que ninguém pôs os olhos.

Hoje eu procurava uma arte criada para um clássico e me deparei com os originais da biografia do Edgar Allan Poe, estavam em um envelope plástico. Não coloquei verniz fixador naquelas folhas, não tinha na época, esta obra continua inédita, logo essas folhas vão amarelar e, como tudo na vida, criar bolor e virar pó com o tempo. Este pensamento me envolveu de tristeza. Mas é necessário que assim seja. Tudo passa, tudo há de passar.


Mais uma imagem para A Escrava Isaura, mais um livro que continua sem publicação.

Uma boa jornada semanal a todos!

6 comentários:

  1. Meu caro Eduardo!

    Por meio do Lucchetti, em uma publicação lá atrás à respeito da biografia em quadrinhos do Poe, vim a conhecer seu trabalho. Desde então, isso já faz 1 ano, creio eu, passei a acompanhar suas publicações no Facebook, e mais recentemente também no blog. Somente ontem pude, finalmente, ler "Zé Gatão - Crônica do Tempo Perdido", e fiquei extremamente surpreso com a qualidade existente ali. Meu amigo (posso te chamar assim?), tu é uma jóia rara no mundo dos quadrinhos, tendo o talento de desenhar - é claro, mas com um domínio enorme de ângulos, proporções e etc. não comumente visto - e uma sensibilidade fora do comum para enxergar as questões que nos cercam no cotidiano e também aquelas questões internas, que nos afligem muitas vezes de igual modo. É triste ver o pouco reconhecimento à você e suas obras por parte do público, editoras e sites especializados, enquanto que vemos uma enxurrada de revistas vazias, com arte duvidosa e roteiros banais aos montes nas bancas de jornais e lojas especializadas. Assim como você, também escrevo, com a diferença de que não ilustro, e também muitas vezes me bate esse desânimo e falta de sentido nas coisas que me fazem entrar em hiatus constantes no processa da escrita. Isso incomoda, não da para negar, mas vida que segue, não é mesmo? Saiba que não está sozinho nessa labuta, e que diversas pessoas, mesmo que não comentem nas publicações, acompanham seu trabalho. Obrigado por compartilhar sua arte e um pouco da sua vida, e espero de coração que não deixe de fazê-lo.

    Muita luz e força! Forte abraço!

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    Respostas
    1. Matheus, muito obrigado por seu comentário! Injeta um ânimo novo neste início de semana e é muito bom saber que não caminhamos sozinhos nesta estrada, embora muitas vezes não percebamos. Mais uma vez agradeço.

      Um amigo do Facebook ao estranhar minha ausência nos FIQs e CCXPs da vida me perguntou se eu sofro algum boicote por ser cristão e reaça de direita (como me rotulam) eu respondi que este seria um bom motivo, uma vez que para estar inserido nesses meios você tem que rezar pela cartilha socialista do politicamente correto, mas na verdade não acho que seja isso, eu não sou convidado para esses lugares porque não sou conhecido desses figurões, e os figurões que me conhecem fazem questão de me ignorar. Houve um tempo que isto me incomodou, hoje não mais. Sei que cativei um público fiel e especial, com poder de discernimento, tanto qua a maioria não suporta as atuais publicações cheias de escatologia e choramingos de quem tem preguiça de escrever e desenhar decentemente. Mas tem autores bons no meio disso tudo, felizmente.

      Suas palavras são a prova de que fiz bem a minha parte. E que legal que um livro tão antigo como o Zé Gatão - Crônica do Tempo Perdido ainda desperte interesse!

      Um grande abraço e, sim, pode me chamar de amigo, é uma honra!

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  2. Leio sempre que posso os teus textos aqui, amigão!
    Admiro a tua perseverança, e talento você tem de sobra.
    Aquele abraço,
    Lúcio Saretta

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  3. Virar pó? Não, senhor, seu Schloesser! Tudo há de passar. Beleza! Isso significa que seus desenhos hão de passar pro formato digital e continuar circulando enquanto houver gente de bom gosto. Escaneia essa folharada toda! Seus fãs agradecem. Parabéns pela Isaura!

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  4. Grato por seu entusiasmo que sempre me contagia, Carla! Mas cá pra nós, dá uma pontinha de tristeza mesmo saber que daqui a alguns anos - o Poe principalmente, pois eu desenhei as páginas em folha de sulfite comum - vão começar a se desfazer (como umas revistas Grande Hotel que tenho da década de 40). Mas todo material que faço eu digitalizo, fique tranquila. É que eu sou de um tempo em que o papel é essencial para a leitura. Tomara que os livros impressos nunca morram!

    Abração!

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