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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ZÉ GATÃO - MEMENTO MORI ( A gênese de uma capa )


 Bom dia pessoal.
O dia hoje por aqui amanheceu escuro, chuvoso, algo muito peculiar para esta época do ano, tomara que sirva para minorar o calor que anda fazendo.

Pois é, sentei-me diante do computador para escanear umas imagens para um editor e ao checar meus e-mails deparei-me com uma carta do meu grande amigo José Roosevelt; para meu deleite ele sempre escreve longas missivas contando como é a vida na Europa e sobre o mercado editorial de lá e também faz comentários sobre coisas que ele leu e achou interessantes neste blog. Desta vez o tema discorria sobre o frio arrasador que fez vítimas no velho continente, velhice e morte - nada lúgubre, bem entendido - mas uma sábia reflexão sobre nossa breve passagem por este mundo; o que me pôs a pensar sobre este espaço que inicialmente usei como uma vitrine para mostrar algumas das minhas pobres artes e que acabou se tornando, quase sem que eu me desse conta, uma ferramenta para desabafar um pouco nos meus constantes momentos de crises. Sim, é um dos meus exercícios de vaidade, estou ciente; pelos números, noto que as visitas tem aumentado, seguidores vão se somando paulatinamente, embora os comentários ainda sejam poucos.
Penso que um espaço como este sirva, usando uma metáfora tola, para nos sentirmos como pequenos deuses, como aqueles ídolos de pequenas dimensões que as tribos e famílias do oriente possuíam ( igual aquele que Raquel pegou de Labão, seu pai). Deuses de argila que se quebram à primeira queda, pois somos por demais efêmeros.    
Sempre me pondero por quanto tempo ainda continuarei com este blog. E com o risco de parecer cu doce, a tentação de abandona-lo sempre sopra em meus ouvidos como ventos sedutores. Uma hora terei que parar, é inevitável, mas enquanto este dia não chega, continuo usando-o como mais um instrumento de trabalho e divulgação, e a quem interessar possa, hoje mostro as etapas de criação da capa do meu último livro publicado.
Na verdade a capa para Memento Mori foi criada em fins dos anos 90 como pode ser conferida no alto, mas por sugestão do meu amigo Kaique, seria legal ela conter elementos mais simbólicos.
O que me serviu de inspiração foi a arte promocional do filme Drácula de Bran Stoker, dirigida por Francis Ford Coppola.


Partindo daí fiz minha própria leitura utilizando elementos existentes na minha HQ.
Fiz um esboço para ver com o editor Leandro Luigi Del Manto se a coisa era viável.


Uma versão colorida.


Aprovada pelo editor, iniciei o processo de pintura. Primeiro os desenhos preliminares.


Depois a imagem na base onde seria pintada, no caso, em uma chapa de papelão.


Um banho de tinta acrílica sobre toda a base e em seguida as primeiras pinceladas a óleo.


 A arte que ilustra a parte de de trás também tinha sido criada a muitos anos antes e era uma das possibilidades para capa do álbum.


 Capa pronta para um trabalho que aos poucos vai sendo notado.


 Tenham todos um bom feriado e a gente volta a se falar após o carnaval se o Senhor Jesus assim o permitir.

11 comentários:

  1. Fala, Eduardo! Rapaz, como é bacana ver esses making-of!! Destaco também a ilustra do Búfalo, no alto do cabeçalho. Esse hachuriado tá demais...
    òtimo final de semana e carnaval pra vc e sua esposa.
    Abração,

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    1. Seu prestígio sempre presente é um alento e uma motivação pra continuar na caminhada. Muito obrigado pelas palavras e apesar de não gostarmos de carnaval, eu e Verônica agradecemos. Bom feriadão pra você e a Graça.
      Forte abraço.

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  2. Olha só... que interessante as referências deste "passo-a-passo". Bem legal!

    Outra coisa, na semana passada, recebi do Nestablo o Vol. 1 do ZOO com dedicatória e acabei de ler. E quem marcou presença e eu não sabia? Logo o ZÉ GATÃO, impressionando até a modelo Ísis! Hehe!! Curti muito e já avisei pra ele no FACEBOOK que vou caçar o 2, antes que suma da minha vista. Abraço...

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    1. Salve, Anderson, pois é, Zoo realmente é uma grande obra e não me conformo do Nestablo não ter a mesma divulgação e status que dão aos demais artistas brasileiros que estão publicando por aí com materiais bem menos expressivos. Alguém poderia dizer o mesmo de mim, mas eu reconheço que meu trabalho é bem menos palatável por ser mais grosseiro e agressivo, o que não é o caso so Zoo.
      Enfim, não vivemos num mundo justo, mas há esperança.
      Abração.

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  3. Sem querer parecer o gostosão do pedaço, agradeço a menção e sinto-me honrado de você ter considerado minha sugestão. E devo dizer que, na minha humilde opinião, a nova capa ficou bem melhor (acho que tem mais a ver com o tom épico da obra).
    Saudades, meu irmão! Fica na paz do Senhor.

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    1. Sem dúvida meu brother, a sua sugestão de capa ficou bem mais apropriada ao tom místico que a obra contém em algumas partes do que a anterior que evocava mais as cenas de ação.

      Eu que agradeço aempre suas preciosas opiniões.
      Paz e um forte abraço.

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  4. Muito interessante isso! Também gostei mais da capa nova.
    Ah e eu não sabia dessa influência do Drácula de Bram Stoker, tenho esse livro mas é uma capa diferente.

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  5. Realmente, esta versão traduz melhor o conteúdo da obra e foge do esquema cena de ação tão comum em hqs do Zé Gatão.
    Issaê, grato pela visita e comentário.

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