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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

MULTIDÃO HETEROGÊNEA

Amadas e amados, bom dia.
Ontem a tarde quebrei minha rotina. Do jeito que a coisa vai, daqui mais um tempo estarei com a saúde arruinada irremediavelmente. A cardiologista disse que meu coração tá beleza, mas numa radiografia que fiz foi detectado uma gordura no fígado. Ou seja, preciso emagrecer (embora não esteja gordo) ou a coisa vai ficar feia. Esta consulta foi feita a mais de dois anos e até hoje não voltei lá para novos exames. Isto porque não fiz - não pude fazer, melhor dizendo - a dieta e os exercícios recomendados.
Eu acordo, tomo meu desejum e vou pro estúdio trabalhar. Paro pro almoço, faço uma pausa de uns trinta minutos e volto ao batente. Seis horas janto e faço uma pausa pra ler alguma coisa. Volto ao trabalho onde fico até umas dez horas. Depois sento em frente a TV (mais pra fazer companhia para Verônica que qualquer outra coisa) pra relaxar antes de dormir, que é lá pela meia-noite ou uma da madrugada. O que passa na televisão dá até vontade de vomitar, só tem lixo! Claro que não digo isto pra minha companheira, não seria legal, ela assiste às novelas, BBB, CQC, Superpop, Faustão e coisas tais. Claro que nem tudo está perdido na telinha, tem House, CSI, 24 Horas, mas não consigo assistir estas séries com frequência. Óbviamente esta rotina diaria é quebrada para ir às compras ou fazer pagamentos, mas cuidar da saúde que é bom, nada.
Ontem decidi caminhar no fim da tarde.
Fui pela praia.
Porque raios fui fazer isto?
O calçadão do inicio da praia de Piedade tava lotada. Parecia a 25 de março no mês de dezembro. Se fossem apenas os velhos e os obesos eu até entenderia, mas tinha neguinho andando de bicicleta (aquilo não é uma ciclovia), aqueles moleques com pinta de assassinos andando de skate, mas o pior eram aqueles que levavam seus cães - aqueles poodles horríveis - para atrapalhar o trânsito. Cheguei a ver uns cinco ou seis cachorros naquela pose asquerosa arqueando as costas pra cagar na calçada. Tinham dois guris, uma garotinha de uns 8 anos, fofinha e um pentelho de talvez uns 6 anos passeando com pit bulls, um cada, até agora não sei se eram eles que levavam os cães ou os cães que os levavam.
Realmente a silhueta do ser humano mudou consideravelmete.
Pra pior.
Vi uma menina com um rosto muito bonito com culotes imensos, ela andava como um robô. Talvez uma nova técnica criada por algum guru imbecil, andar como o Robocop. As mulheres jovens em duplas, fofocando, com suas bermudas de lycra, exibindo bundas caídas e flácidas. Garotões tatuados e suados correndo, sei lá porque penso que estes tipos correm pra treinar fuga da policia. Preconceito da minha parte? Com certeza. Mas tem os tipos nerds ali também, camisas e bemudas folgadas, óculos e barbinhas bem aparadas. Eu era apenas mais um idiota caminhando para morrer com saúde, como disse meu pai certa vez.
O pior é que eu acho que não vai adiantar nada. Aquela gente vai se esforçar e continuar do mesmo jeito.
Exercícios e dietas de ocasião. Aquela diciplina que muitos atletas tem, parece ser um privilégio de poucos.
Parece que as pessoas hoje em dia já nascem gordas. Vi na TV outro dia um recém nascido obeso, olhando pra cara do miúdo é como se tivessem conseguido enfiar pela boca diminuta dele duas bolas de bilhar, uma em cada bochecha. Parecia um hamster gigante acumulando alimentos, coitado.
A Verônica insiste que eu devo me exercitar, ela é mais esperta que eu, então deve ter razão. Vou caminhar por outro lugar, é o único modo de continuar. Pela praia não dá mais.
Este desenho do Zé Gatão foi feito a anos atrás, direto no papelão, sem borracha, com uma canetinha de ponta porosa que já estava falhando. Lembro que foi em tempos difíceis. Olhando para o ontem, vejo como algumas coisas melhoraram, outras nem tanto. Cest la vie.

2 comentários:

  1. Fala, Eduardo! Esse seu jeito de passar suas observações sobre as pessoas é bem bacana. Dá pra "ver" o que vc viu. Compartilho com vc as ideías sobre a programação da TV. Não tenho muito saco tb. Minha esposa fala que sou rabugento...
    Acho que se não corresse regularmente não estaria como estou. Comecei a correr aos vinte e agora, aos 46, sinto que fiz uma boa "poupança de saúde". Esporte regular faz muito bem. Mas nada de atleta de fim de semana. Se puder, force essa caminhada regular. Claro, num lugar mais empolgante.
    Belo desenho das garotas da postagem anterior.
    Abração,

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  2. Salve, Gilberto.
    Grato pelas palavras elogiosas.
    Sabe, sempre me considerei um atleta, fiz muita musculação, um conhecido em Brasília, a muitos anos, insistiu para eu participar de um campeonato de fisiculturismo local. Resisti a idéia. Me exibir pra multidões não é comigo. Jamais tomei esteróides. O fato é que mantive uma boa diciplina até, mais ou menos, 35anos. Depois, tantas ocupações me fizeram abandonar os pesos regulares. Retomar as atividades fica cada vez mais difícil a medida que o tempo passa. Musculação exige sacrificios. A familia e a arte vem na frente.
    Mas vou procurar fazer das caminhadas um hábito.
    Valeu.

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