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terça-feira, 5 de outubro de 2010

MINHAS INFLUÊNCIAS ( BERNIE WRIGHTSON ).

Bernie Wrightson também é conhecido como O MESTRE DO MACABRO.  Este epíteto lhe cai como uma luva, pois neste quesito o cara só emparelha com o saudoso Graham Ingels, o famoso "GHASTLY".
Wrightson, como o talentoso artista que é, seria capaz de dar vida a qualquer coisa, inclusive hqs românticas, mas especializou-se, talvez por motivos pessoais, em histórias de terror ou comics que contenham algum elemento grotesco ou sobrenatural.
Se vocês só o conhecem por intermédio de  hqs medianas como "Batman, o Messias", ou "Alien x Batman" ou aquela bobagem inqualificável do Justiceiro "pós-mortem", pare de ler isto aqui e vá para o Google e pesquise sobre sua obra prima, Frankenstein, sobre seu período na Warren Magazine ou House of  Mystery. É dele a criação, junto com Len Wein, do Monstro do Pântano.
Eu o conheci em 1976 nas páginas da revista Kripta da RGE, mais exatamente, no segundo número em que ele quadrinizava um conto de Lovecraft chamado "Ar Frio". Na minha opinião, são poucas histórias de Lovecraft que são quadrinizáveis, Herbert West Reanimador seria uma delas, a outra é Ar Frio, e Wrightson cumpre a tarefa de forma magistral. O cara consegue condensar a narrativa em 7 páginas com toda a atmosfera terrorífica.

O Monstro do Lago Pepper, Crepúsculo, Jennifer e muitas outras fizeram minha cabeça. Aqueles traços que muitas vezes beiravam o caricato, aqueles ângulos improváveis, aquela iluminação irreal me fizeram crer que nos quadrinhos tudo era possível. Eu já tinha experimentado um pouco desta emoção ao ler Gerard Schnobble de Will Eisner em 1975, mas foi Bernie quem coroou o bolo com a cereja.
Sou péssimo para desenhar mãos, morro de inveja da maneira como Wrightson desenha as de seus personagens. Acho que de tento tentar imita-lo, as mãos que desenho hoje, são uma pálida idéia de como ele faz.
Sua obra máxima, como ele mesmo ressalta, são as ilustrações que ele fez para o livro Frankenstein de Mary Shelley. Ali podemos vislumbrar suas influências que vão de Franklin Booth a Roy Krenkel.
Creio que uma das coisas que define um artista genial, sejam alguns elementos sempre presentes que caracterizam suas obras, por exemplo, as mulheres do Frank Frazetta são "gordotas" e tem as maçãs do rosto salientes, os heróis de Corben são atarracados e musculosos, as mulheres tem seios fartos e por aí vai.
Em Bernie Wrigtson eu diria que são aqueles enormes dentes encavalados de suas criaturas, os imensos olhos odiosos como que perscrutando o interior de sua alma.
Não saberia dizer porque a qualidade do seu traço decaiu da década de 80 pra cá, nos quadrinhos pelo menos. Já ouvi dizer que poderia ser problemas de saúde. Talvez ele tenha se reinventado e sua performance
atual não agrade a mim particularmente.

Atualmente, mais que qualquer outra coisa, ele tem criado designs para o cinema. É dele as criaturas daquele ótimo filme baseado no conto do Stephen King, O Nevoeiro, dirigido pelo Frank Darabont.
Mas o que ficará marcado para sempre em mim e nos meus traços são as imortais criações deste fantástico artista durante toda a década de 70.







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4 comentários:

  1. Sabe uma coisa que eu acho FODA no Wrightson, Eduardo? É que o cara é um mestre ABSOLUTO do preto e branco. É incrível como, sem utilizar cinza, ele é capaz de dar uma variedade interminável de tons diferentes, só com o bico de pena.

    OLHA QUE LINHAS SENSACIONAIS!!!

    Aliás, devo dizer que esse é um dos aspectos do SEU trabalho que eu mais admiro - Você também faz miséria com as linhas pretas, eu fico bobo de ver!

    Abração, do amigo e fã,
    J.

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  2. Brigadão James, concordo contigo, Bernie arrebenta em qualquer técnica, mas no PB ele mata a pau. Não há muito mais a acrescentar após a sua breve, porém, rica explanação.
    Um forte abraço.

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  3. Fala, Eduardo! Os clássicos são as melhores influências e eu creio que o Bernie Wrightson é um grande mestre a ser seguido. Os artistas mais antigos geralmente são experts em PB. Hoje em dia, muitos artistas se apoiam um pouco na cor, relegando o traço a um segundo plano.
    Abração,

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  4. Verdade. Eu diria que para o bem e para o mal o photoshop veio revolucionar o mecado de quadrinhos. Como ex. eu destaco o trabalho do Cary Nord em Conan. Ele é muito bom e o colorista é competente, mas eu queria ver o traço dele sem o apoio da cor. parece ser um lápis legal, mas as vezes sinto que ele "escorrega" e a policromia salva o tesultado final.
    Abração.

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