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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE A MORTE


Acho que estou plenamente recuperado das minhas últimas aflições, mesmo assim não vou facilitar. O calor está intenso, mas nada de bebida gelada, nada de caminhar sob o sol escaldante e depois sentar em frente ao ventilador. Os antibióticos me preocupam. Existe agora uma super bactéria que está matando as pessoas nas UTIs. De vez em quando aparece uma porra destas pra tirar o sossego da gente, como se não bastassem todos os problemas que enfrentamos diariamente. Culpam os antibióticos. Falam que esta super bactéria (será que ela usa capa? E cueca por cima do colante?) se tornou resistente às medicações porque abusamos dos antibióticos sem necessidade. Bah, falam tanta coisa....Uns dizem que o ovo é o grande vilão do colesterol, outros que você pode comer ovo a vontade. Então, como acreditar no que dizem os noticiários? Os profetas do momento (sim, todo dia surge um) querem nos fazer acreditar que somos responsáveis pelo aquecimento global. Haja paciência!
As imagens que ilustram o post de hoje são extraídas de "PHOBOS E DEIMOS", um álbum que criei a alguns anos e permanece inédito. Achei mais que coerente coloca-las aqui hoje, por estar pensando muito na MORTE nestes últimos tempos. O motivo? Não sei ao certo. Acho que foi por causa de um fato ocorrido a menos de um mês... Deixem-me falar a respeito deste rapaz. Ele trabalhava num hipermercado da rede Walmart que fica aqui perto de casa. Era caixa, mas rapidamente subiu de posto. Acho que se tornou encarregado de setor. Eu e Verônica não estamos fazendo compras de mês com frequência. Temos preferido as ofertas do dia. Desta maneira vou ao mercado quase diariamente. Durante todo o tempo em que que conheci aquele jovem, não troquei com ele mais que meia dúzia de palavras. "O senhor malha aonde?" Respondi que não malho nada faz uma pá de ano.
Ele era fisiculturista. Nada exagerado.Tinha a exata proporção entre deltóides, tríceps, bíceps e músculos do antebraço. Não se podia dizer o mesmo do tronco. Faltava volume peitoral, dorsal amplo e...bem, estes detalhes são pra vocês criarem empatia. Ágil, o cara era "pau pra toda a obra". Mesmo fora do seu setor, atendia o cliente com presteza. Um exemplo a ser seguido, enfim. Chegando ao ponto: Ao sair do local de trabalho as 10 da noite em sua moto, um motorista bêbado colidiu com ele num semáforo próximo daqui.
Teve traumatismo craniano e hemorragia interna vindo a falecer na manhã seguinte. Não tinha ainda 30 anos e deixava esposa e uma filha de colo. O fato me impressionou fortemente. Fiquei pensando, quantos planos aquele rapaz não fez para este Natal? Para suas próximas férias?
Fiquei refletindo sobre a minha própria morte. O Livro de Eclesiastes afirma que melhor é estar na casa do luto que na casa da alegria, pois uma vez lá, pensamos com cuidado em nossa efemeridade. Estamos todos em pé de igualdade, não importa que posição honrada se ocupe hoje, amanhã iremos todos para um mesmo lugar. Isto deveria fazer com que nos amássemos mais, nos respeitássemos mais, mas não é assim que acontece.
Eu deveria ter morrido a mais de 40 anos atrás. Mas Deus preservou minha vida, Ele queria que eu ficasse um pouco mais por aqui. Mas por quanto tempo ainda? Não me compete saber.
Tenho reparado uma coisa nos últimos enterros que fui, que não cavam um buraco e colocam o caixão dentro e deitam terra em cima como reza a tradição. Agora ao invés de terra colocam tijolo e cimento. Querem garantir que o morto fique lá. Senão, é capaz de ter um apocalipse zumbi e os defuntos quebrarem a tampa do ataúde e vencendo os sete palmos de terra sair vagando pela terra.
PHOBOS e DEIMOS tem uma história assim, fiz bem antes desta merda toda virar moda.
Mas sabemos que não é isto,  é que tem tanta gente no mundo e os cemitérios não tem mais lugar, então tem que enterrar as pessoas umas por cima das outras. A solução mesmo é colocar uma parede entre elas. Um condomínio de defuntos. Brrrr......
Bem, enquanto a morte não vem me buscar preciso continuar a trabalhar. Volto agora para a prancheta dar continuidade ao novo manual de desenhos.
Pensando ainda na tal super bactéria, me lembrei de um episódio do Ultra Seven. Uma garota ao cheirar uma flor, inalou um bicho destes que começou a mata-la. Então o Dan Moroboshi se transformou no Ultra Seven, ficou de um tamanho microscópico, adentrou o nariz da mocinha e destruiu o monstro mais rápido que um antibiótico.
Penso que as fantasias também nos ajudam a sobreviver neste mundo tenebroso.
Ah, sim, o nome do rapaz citado era Oséias. Este post é dedicado a ele.




4 comentários:

  1. Devaneios fúnebres e intensos, mas cabíveis. Também me pego, às vezes, filosofando (inevitável) sobre o assunto. Sou católico não praticante, e na verdade, tudo que sei, parodiando tantos, é que nada sei. Fui ver Nosso Lar e saí do cinema c/ mais uma sensação de dúvidas e perguntas que respostas. Acho que só as teremos quando realmente cruzarmos a cortina da vida. Vendo seus quadrinhos dessa postagem, me lembrei de "Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer".
    Vamos tocando a vida, ainda há muito por fazer, e viver.
    Abração,

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  2. Sim, amigo. Creio que não há quem não se incomode com o espectro da morte e pondere lá no íntimo sobre o assunto. Normal. Tento não pensar sobre isto, as vezes me pego divagando: Caramba, acho que antes dos 30 eu não ocupava a mente com isto, agora a idéia me ocorre todos os dias! Mas enquanto ainda estamos aqui temos que respirar fundo e continuar a caminhada.
    "Todo mundo quer ir pro céu mas ninguém quer morrer"? O que é? Uma HQ? Putz, tinha um título quase igual pra uma história que queria desenhar. Agora terei que mudar.
    Obrigado e um abraço.

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  3. Meu véio, não vamos pensar na morte por enquanto. Ou, se Deus quiser, nunca mais. A vida é para ser vivida. Sei que é chavão dizer isso tudo, mas eu também me pego pensando nisso tudo de vez em quando. É tanta coisa que lemos nos jornais, na internet, que a TV noticia a todo instante...

    Hoje, fui até o Sebo do Messias, na Praça João Mendes e vi uma revista que só agora me arrependo de não ter comprado. Era um daqueles almanaques de terror dos anos 80, com histórias do Flávio Colin. Se na sexta feira, quando eu for para lá novamente, eu encontrar, eu escaneio algumas coisas e lhe mando!

    Abração!

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  4. Ô, fera mesmo. Flávio Colin é demais!
    Brigadão cara.
    Um puta abraço.

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