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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

OS GATINHOS E OS PREDADORES

Minha postagem de hoje tem um duplo objetivo:
1 - reclamar da vida, dar vazão a uma fúria que por vezes me assalta e me deixa com a alma bem amarga.
2 - Fazer uma mea-culpa.
A segunda- feira começou bem, se eu quiser terminar as 15 ilustrações do livro "5 Minutos" até sábado próximo, como deve ser, então devo fazer pelo menos 3 desenhos por dia. Já cedinho, constatei que estava com problemas para enviar as imagens pro e-mail da editora. Isto me consumiu boa parte da manhã. Estresse deste tipo acaba me fazendo mal. Sério, não é viadagem não. É se por no meu lugar pra constatar que não é ( não está sendo ou nunca foi ) fácil.  A manhã já estava comprometida mesmo, então que fosse o dia todo. Resolvi ir ao cinema pra dar uma desopilada. Aproveitaria pra também resolver uns probleminhas; coisas como documentos, cartórios e essas chatices.  Bastou eu botar o pé na rua pra cair uma chuva fragorosa. Ainda bem que uma vizinha me ofereceu carona até o shopping. Lá chegando fui até as Lojas Americanas comprar uma besteiras pra mastigar enquanto via o filme, apesar de haver almoçado bem. Aliás, últimamente tem havido em mim esta compulsão por comer coisas que não satisfazem, dando à minha silhueta uma dimensão maior de fisiculturista decadente, ou seja, só volume, principalmente na região média do corpo. Havia pouca fila, mas só um caixa pra atender. Eu ruminava comigo a incompetência das pessoas. Só um caixa ? Àquela hora ? Pra piorar, sempre tem um idoso que nunca sabe digitar a senha do cartão, um gordo a andar lento por um caminho estreito e lhe barrar a passagem quando a sessão está próxima de começar.  O cinema pelo preço que está, deveria oferecer um serviço de primeira, mas longe disso. O filme em questão  foi "Predadores". Desde o clássico com o Arnold, fico esperando algo que chegue perto. Sabem, eu gostei. Parei com a babaquice de esperar algo de filmes que não tem outro objetivo além de te fazer por uma hora e meia, esquecer dos pequenos problemas cotidianos. Não se fazem mais filmes como antigamente. E nem poderiam. Hoje tudo é volátil. Antes, um filme como Ben Hur durava perto de quatro horas e tinha algo a dizer. Hoje, quem se importa? Predadores pra mim acerta o alvo. É bem feito. O senão vai pra certas incongruências, pois como um cara consegue, com um facão, decepar a cabeça de um cachorro alienígena quando nem balas de grosso calibre dão conta do recado? Fico com pena do Adrien Brody, ele estava muito bem ao piano mas não conseguiu mais um papel que chegasse perto daquilo. Talvez não escolha bem seus trabalhos. Foi querer disputar com um macaco gigante o coração da mocinha. Tava na cara que ia perder. E a Alice Braga, pelo visto vai ter que se contentar com interpretações de mulherzinha latina. Ou seja, o mérito do filme não está nas mãos dos protagonistas.
Mas ao sair do cinema, nova chuva. Cartório cheio. Faltou um carimbo no documento, não deu pra autenticar. Um cara com farda do exército quase me atropelou, não deu pra reprimir uma imprecação feia.  O retorno pra casa foi moroso devido ao trânsito das sete horas. Padaria, comprar pão, o caixa é um arrogante antipático. No lar, o fantasma do trabalho atrazado volta a me assombrar.
Falei demais ,não é? Eu chego a conclusão que sou muito injusto com Jesus. Reclamo da chuva, mas esqueço de agradecer a carona da vizinha. Penso mal do idoso empatando o caixa no mercado, mas nem lembro que Ele me dá condições de me empanturrar de batatinha frita e coca-cola. Sim, quantos podem fazer três refeições decentes por dia? Quantos podem ganhar dinheiro fazendo o que gosta? Eu posso. Porque Ele me dá condições pra tanto. Vão por mim, ninguém vive mais um dia porque quer e sim porque Ele permite. Ao invés de agradecer o livramento de quase ter sido atropelado, eu lancei uma maldição ao milico. Cês podem achar que é pieguice minha, mas eu sei que este que se queixa não sou eu, ou melhor, não deveria ser. Ou melhor ainda, não é quem Ele quer que eu seja. É isso.


O que tem a ver os gatinhos com os Predadores? Nada. Mas eu tinha que deixar uma arte pra vocês depois de tanta falação.

4 comentários:

  1. As vezes eu me pergunto se vale a pena expor meus sentimentos desta forma. Mas também já me omiti demais em relação as coisas de Deus. A verdade deve ser dita "em tempo e fora de tempo".
    Abraço apertado.

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  2. Cara, conheço alguem que iria adorar esses gatinhos na parede... a Luana (filha da Ana Paula).

    Sobre o texto, te digo o seguinte: seu dia pode ter sido dificil, mas esta foi sua melhor postagem. A narração foi ótima, dinâmica, provocante. Gostei muito de ler.
    Espero ver mais posts assim só que, dessa vez, de dias felizes.

    Deus te abençoe e proteja, meu irmão. Abç.

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